Diversos fatores de risco para o desenvolvimento de dores lombares vêm sendo evidenciados por meta-análises e revisões sistemáticas. SHIRI ET al (2007) encontraram ligação entre obesidade ou hábito de fumar com dores radiculares ou ciática. SHIRI et al (2010b) mostram que fumar, especialmente em adolescentes, predispõe o indivíduo a dores lombares, e SHIRI ET al (2014) mostram que o excesso de peso e obesidade, estão relacionados às dores lombares e dor ciática com efeito de dose-resposta (quanto maior o excesso de peso, maior a possibilidade de desenvolver dor lombar).
COOK ET al (2014), em uma revisão sistemática sobre fatores de risco para dor ciática, encontraram fumo, obesidade, história prévia de dores lombares, trabalho braçal, idade (maior idade, maior risco) e sexo feminino.
BAKKER ET al (2009) também realizaram uma revisão sistemática, e encontraram evidências de que a prática amadora de esportes ou exercícios físicos, assim como ficar sentado, caminhar ou ficar em pé por tempo prolongado não têm relação com o surgimento de dores lombares.
As revisões sistemáticas de TAYLOR ET al (2014) e JANWANTANAKUL ET al (2012) encontraram como fator mais consistente de risco para dor lombar um episódio anterior de dor lombar.
A influência da genética parece estar presente, especialmente em relação às dores crônicas e causadoras de mais limitações, conforme a revisão de FERREIRA et al (2013). O estudo com gêmeos de JUNQUEIRA et al (2014) (que não foi incluído na revisão) identificaram um maior risco de desenvolvimento de dores lombares crônicas em gêmeos homozigóticos em relação aos não-homozigóticos, corroborando com a hipótese.
Por outro lado, sedentarismo não parece ser fator de risco para dores lombares, de acordo com a revisão sistemática de CHEN ET al (2009).
Estudos não incluídos nas revisões acima sugerem outros possíveis fatores. Dentre esses, em relação às dores lombares, menor condicionamento físico em militares ou baixa endurance muscular de extensores de tronco (TAANILA ET al - 2012), trabalho braçal (especialmente com inclinação do tronco à frente - HOLTERMANN et al - 2013, HOLTERMANN ET al - 2013b, HOLTERMANN ET al - 2013c e JENSEN et al - 2012), frouxidão ligamentar adquirida ou lesões de overuse prévias (em atletas universitários - NADLER et al - 1998), sexo feminino (LEBOEUF ET al - 2009) e debilidade física em idosos HARTVIGSEN ET al - 2006). Por outro lado, nem o aumento da tensão de ísquiotibiais (RAFTRY & MARSHALL - 2012), nem fatores sócio-econômicos (na adolescência - HESTBAEK ET al - 2008) parecem ser fatores de risco.
Independentes entre si, o hábito de fumar, o excesso de peso e episódios prévios de dor lombar são fatores de risco para desenvolvimento de dor lombar, e o componente genético também parece importante. O hábito de fumar e o excesso de peso também são fatores de risco para o desenvolvimento de dor ciática, assim como a realização de trabalho braçal. Outros fatores, como condicionamento físico, stress psicológico, atividades específicas possivelmente vão variar de acordo com o contexto e com o indivíduo, de forma que estudos mais específicos, com mais controle de variáveis que podem confundir, parecem ser necessários para conclusões mais consistentes.
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