Dor radicular e dor referida

 

 

 

Esse é um tema que certamente é mais técnico, que tende a ser de mais interesse para as pessoas da área da saúde do que para os não-profissionais da área. Procurarei ser direto em relação ao significado e importância desses dois termos: dor radicular e dor referida. Vamos lá.

 

A maior parte das dores que sentimos se localiza no ponto ou na região da qual ela se origina. Porém, existem ocasiões em que o corpo não consegue identificar adequadamente a região de origem da dor, e dessa forma acaba-se por se sentir a dor num local distante ou diferente do local de origem. O termo que seu usa para definir essa dor sentida em um local diferente do local de sua origem é dor referida.

 

Assim sendo, dor referida é um termo genérico que se refere às dores que, embora sentidas numa região do corpo, se originam de tecidos ou estruturas distantes daquela região.

 

Dentre alguns exemplos podemos citar alguém que tenha um músculo muito tenso e que, eventualmente, além de sentir dor no músculo em si, sente que as dores também se irradiam (se espalham a partir de um ponto) para áreas distantes (especialmente se alguém apertar certos pontos no músculo). Outro exemplo é a dor referida originária da compressão ou posicionamento inadequado de vértebras na coluna cervical, gerando dores que podem aparecer, por exemplo no cotovelo, ou mesmo na mão. Essas dores podem ser semelhantes a dores de outras lesões, como as dores de epicondilites (dor na região do cotovelo).

 

Já a dor radicular é um tipo de dor referida. Ela é a dor que vem da compressão ou irritação de nervos ou raízes nervosas. É uma dor aguda, que pode vir combinada de queimação, formigamento, sensação de “choque” e/ou diminuição da sensibilidade na região inervada (um exemplo da diminuição de sensibilidade é o tocar a pele e não sentir tal toque). Exemplos de dor radicular são dores ciáticas, que descem pela coxa e perna, que podem ser originárias da compressão das raízes nervosas localizadas na coluna devido a uma hérnia de disco, ou da compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme. Além disso, por afetarem tecido nervoso, as dores radiculares podem promover também a diminuição da força dos músculos inervados.

 

Outro tipo de dor referida é a dor visceral, que é a dor se origina dos órgãos internos. Como exemplo existem dores originárias de “pedras nos rins” que podem gerar intensas dores nas costas, ou um infarto do miocárdio (parada cardíaca), que muitas vezes gera dores que saem do peito e descem pelo braço esquerdo.

 

Em relação aos sintomas, as dores referidas em geral podem variar bastante em relação à intensidade, indo de inexistente ou apenas um incômodo até muito intensa, enquanto a dor radicular é pior na medida em que a irritação ou compressão da raiz ou do nervo aumentam.

 

Durante a prática clínica é importante para o profissional saber diferenciar qual a verdadeira origem da dor, pois qualquer tratamento direcionado a uma dor que não seja direcionado à verdadeira origem da dor, tende a não resultar em qualquer efeito. Por exemplo, no caso de uma dor sentida na perna que se origina de uma hérnia de disco, se procurarmos tratar o local da dor praticamente não haverá melhora. Essa melhora irá ocorrer se direcionarmos o tratamento para a região da coluna onde está a hérnia, que é a causa da dor.

 

Além disso, como mencionamos, existem dores que se originam dos órgãos internos que embora possam ser observadas pelos fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, devem ser levadas aos cuidados de um médico o quanto antes! Ou seja, se um profissional da saúde observa que o paciente que o procurou tem uma dor de origem visceral, ele deve encaminhar o paciente com urgência para os cuidados de um médico. Isso é importante também como forma de precaução para as pessoas em geral. Se você está com alguma dor em seu corpo, não demore a ir descobrir o que está acontecendo e receber o tratamento adequado.

 

Dor é sinal de que algo está errado! Se você tem alguma dor vá descobrir o que é e trate-a! Garanta sua saúde!