Antes de tudo, quando nos referimos ao termo Impacto, não mencionamos um evento agudo, repentino, mas sim ao contato inadequado entre tecidos ou estruturas do corpo. Sendo assim, embora as Síndrome do Impacto do Tornozelo possam acontecer devido a um evento agudo ou traumático, na maior parte das vezes elas se iniciam devido movimentos repetitivos que vão, progressivamente, provocando a lesão.
O Impacto Anterior do Tornozelo é o contato inadequado que ocorre na região da frente do tornozelo, entre os ossos da tíbia (osso da perna) e do tálus (logo abaixo da tíbia) ou entre os ossos mencionados e os tecidos da articulação.
Esse contato inadequado se transforma em dor e/ou em inflamação através dos repetidos movimentos de dorsiflexão do tornozelo (dobrar o pé para cima ou, caso o pé esteja fixo no chão, inclinar a perna em direção ao pé), encontrados no dia-a-dia ou em práticas esportivas específicas que exijam esse movimento repetidamente.
Uma outra possível origem para o Impacto Anterior do Tornozelo são entorses de tornozelo em inversão repetitivos, que vão promover um espessamento dos tecidos na região anterior do tornozelo. Esse espessamento os torna mais susceptíveis à compressão, favorecendo o impacto.
Os principais sintomas são de limitação do movimento de dorsiflexão, dor na região anterior do tornozelo e inchaço. A dor pode ser de natureza vaga ou aguda, e pode haver dor e rigidez após atividades que exijam esforços do tornozelo em dorsiflexão. Travamentos e falseios também podem acontecer.
É uma lesão comum em jogadores de futebol, dançarinos, ginastas e corredores.
É importante mencionar as possíveis conseqüências de não se tratar adequadamente essa lesão. O impacto repetitivo vai gerando microlesões que podem se transformar em fibrose (tecido cicatricial) e gerar osteófitos (proeminências ósseas, os famosos “bicos de papagaio”). Estes favorecem ainda mais o contato inadequado entre os ossos, podendo estreitar o espaço entre os ossos, diminuindo ainda mais o movimento articular e agravando o Impacto. Esses “bicos de papagaio” podem se desprender do osso gerando corpos livres na articulação, que trazem mais dor e limitação de movimento.
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