Síndrome do Impacto do Ombro

 

 

 

 

 

 

A Síndrome do Impacto do Ombro é o conjunto de sinais e sintomas oriundos do contato inadequado entre os ossos e tecidos do ombro. Ela ocorre durante a movimentação do ombro, tanto nas atividades esportivas como nas do dia-a-dia, e causa limitações de movimento e dor.

 

Vamos falar dos 2 tipos de Impacto do Ombro, sendo eles o Impacto Subacromial (ou Externo),  e o Impacto Póstero-Lateral (ou Interno). Vamos explicar cada um deles, evidenciando suas causas e sintomas a seguir. 

 

 

 

IMPACTO SUBACROMIAL

 

 

 

DEFINIÇÃO DO IMPACTO SUBACROMIAL

O Impacto Subacromial é o contato inadequado dos tecidos que passam pelo espaço subacromial, que é a região logo abaixo do acrômio, uma proeminência da escápula .

 

Além do osso do braço que pode impactar contra o acrômio (e contra o ligamento córaco-acromial), outros tecidos que estão logo abaixo do acrômio, que são o tendão do músculo supraespinhoso, tendão do músculo bíceps e a bursa subacromial podem também ser comprimidos entre o acrômio e o osso do braço.

 

 

 

 

 

 

MECANISMO DO IMPACTO SUBACROMIAL

O Impacto Subacromial do Ombro acontece, especialmente, nos movimentos de elevar o braço acima da cabeça. Sua principal origem é na movimentação incorreta dos ossos que compõem a articulação, e isso ocorre pelo funcionamento não adequado de certos músculos.

 

Sempre que elevamos o braço acima da cabeça diversos músculos agem para que esse movimento ocorra com a coordenação correta. Os músculos que controlam o posicionamento da escápula devem movê-la, girando-a lateralmente e elevando-a, e assim elevando a posição do acrômio. Ao mesmo tempo, os músculos do “Manguito Rotador” devem se contrair para deprimir (puxar para baixo) a cabeça do úmero. Caso esses eventos não aconteçam de forma adequada, há o risco da cabeça do úmero subir em demasia ou da escápula não se mover e elevar a posição do acrômio (ou as duas coisas), e assim vai ocorrer o impacto, ou seja, as estruturas localizadas no espaço subacromial serão comprimidas entre a cabeça do úmero e o acrômio, ou o próprio osso do braço impacta contra o acrômio.

 

Quando esses movimentos de elevar o braço são combinados como giro pra dentro do braço, a tendência ao Impacto é aumentada, pois uma proeminência óssea do braço (grande tuberosidade) se coloca na direção do acrômio.

 

Outro momento em que pode ocorrer o Impacto Subacromial é na fase de desaceleração após  a liberação da bola no arremesso (ou cortada no vôlei, saque no tênis, e outras situações) no esporte. Nesse momento a falta de funcionamento correto da musculatura associado ao fato de que o braço ainda não baixou por completo (ainda está relativamente elevado) e ao giro pra dentro do braço (mencionado acima) podem, então, levar ao Impacto Subacromial.

 

É importante lembrar que os sintomas são desencadeados após o contato repetitivo e/ou intenso das estruturas, ou seja, dificilmente realizar o movimento incorreto uma única vez vai promover o aparecimento e a manutenção dos sintomas ou das alterações de movimento.

 

 

 

SINTOMAS DO IMPACTO SUBACROMIAL

Os sintomas incluem: dor ao se elevar o braço à frente ou ao lado do corpo, especialmente nos ângulos entre 60º e 120º de elevação, ou elevar o braço contra alguma resistência externa (por exemplo, levantar o braço esticado segurando uma bolsa ou mochila). Essa dor pode ser sentida localmente na região articular do ombro ou se espalhar, descendo pela região do lado do braço, chegando até cotovelo braço e, eventualmente, mãos.  Essa característica de se espalhar pode levar, em alguns casos, a se confundir a dor do Impacto Subacromial com condições como epicondilite lateral do cotovelo ou uma hérnia de disco cervical causando ciatalgia; dentre outros sintomas estão edemaciamento e inchaço no ombro e no braço (região externa principalmente) e fraqueza ao elevar o ombro.

 

 

 

FATORES QUE FAVORECEM O IMPACTO SUBACROMIAL

.Aumento da Angulação do Acrômio: Existem 3 tipos de acrômio, o I, II e o III. O II possui uma curva para baixo que favorece o Impacto, e no III essa curvatura é ainda maior. A maior parte dos casos de Impacto Subacromial ocorre em pessoas com o tipo III, seguidas por aquelas que possuem a do tipo II.

 

.Hipercifose Torácica: O aumento da cifose torácica (hipercifose) favorece uma angulação anterior da escápula (ela se deita sobre a curva torácica). Isso projeta o acrômio anteriormente favorecendo o Impacto.

 

.Encurtamento dos músculos posteriores do Manguito Rotador: o encurtamento dos músculos posteriores empurra o braço para frente na articulação, empurrando-o em direção ao acrômio (que pode eventualmente ter uma inclinação para baixo), e também limita o movimento inferior do braço (favorecendo assim o acontecimento do Impacto).

 

.Encurtamento da Cápsula Articular posterior: Tem efeito similar ao do encurtamento muscular descrito no parágrafo acima.

 

 

 

IMPACTO PÓSTERO-SUPERIOR

 

 

 

DEFINIÇÃO DO IMPACTO PÓSTERO-SUPERIOR

O Impacto Póstero-Superior é o contato inadequado das estruturas do ombro que ocorre na região posterior e superior (atrás e acima) da articulação*. É também conhecido como Impacto Interno.

 

 

 

fase de preparação para a cortada ou arremesso, com

braço elevado para trás do corpo e girado para fora

é o momento em que ocorre o impacto póstero-superior

 

 

 

MECANISMO DO IMPACTO PÓSTERO-SUPERIOR

Quando o braço é girado para fora o osso do braço pode bater contra a parte de trás da escápula e levar ao contato entre os tendões dos músculos posteriores do ombro (tendões de trás do manguito rotador, ver na figura) e a beirada da escápula. Esse tipo de movimento acontece com grande freqüência nas atividades esportivas, como numa cortada no vôlei, ao arremessar uma bola ou ao avançar o braço por sobre a água na natação.

 

O contato repetitivo e/ou intenso do úmero com a escápula pode ir levando à degeneração do lábio que recobre a cavidade glenóide. Isso pode levar a lesões como a lesão SLAP.

 

O contato dos tendões dos músculos com a escápula  vai gerando um efeito de raspar nesses tendões, levando ao desgaste. Isso pode levar ao desenvolvimento de uma Tendinopatia ou uma ruptura dos tendões.

 

 

 

SINTOMAS DO IMPACTO PÓSTERO-SUPERIOR

No Impacto Póstero-Superior  a dor é sentida na região de trás da articulação do ombro, especialmente ao se movimentar o braço para trás do corpo (como na preparação para uma cortada ou um saque no vôlei, um “forehand” no tênis, ou um arremesso ao gol no handball).

 

 

 

FATORES QUE FAVORECEM O IMPACTO PÓSTERO-SUPERIOR

Alguns fatores podem predispôr alguém a desenvolver o Impacto Póstero-Superior.  Vamos descrevê-los abaixo:

 

. Frouxidão ligamentar do ombro: os ligamentos da frente da articulação (*) são mais afrouxados, o que pode ter causa genética, ocorrer devido aos movimentos repetitivos que forcem a cabeça do úmero para frente, ou devido ao encurtamento mantido ao longo do tempo dos músculos posteriores do Manguito Rotador ou da cápsula articular posterior.

 

.Encurtamento dos músculos posteriores do Manguito Rotador (Infraespinhoso e Redondo Menor): o encurtamento desses músculos vai empurrar o osso do braço para frente na articulação, favorecendo o contato do osso do braço e dos tendões contra a região de trás da escápula. Ao longo do tempo vai favorecer também a frouxidão anterior do ombro (ver acima).

 

.Encurtamento da Cáspula Articular: o encurtamento da região posterior da cápsula articular do ombro (*) vai empurrar o osso do braço para frente da articulação de forma similar à descrita para o encurtamento dos músculos (acima).

 

.Displasia da cabeça do úmero: uma alteração do formato ósseo do osso do braço, que fica mais torcido para trás, favorecendo o contato na região posterior.

 

* aqui nos referimos à articulação entre a cabeça do úmero e a cavidade glenóide (articulação gleno-umeral). Esse esclarecimento é necessário pois considera-se que o ombro seja, na verdade, formado por 5 articulações (3 estruturais e 2 anatômicas).

 

 

 

TRATAMENTO

 

 

FISIOTERAPIA PARA SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO

Numa fase inicial, o uso dos aparelhos de eletrotermofototerapia, especialmente do Laser Terapêutico, é indicado.

 

A análise dos fatores mecânicos predisponentes é fundamental. Como mencionamos, o encurtamento da cápsula articular (e dos músculos da região) pode favorecer a elevação do úmero proporcionando a compressão dos tendões e da bursa subacromial. Isso deve ser corrigido para evitar o impacto. Outros músculos e tecidos podem estar fracos ou encurtados.

 

A correção da biomecânica do movimento do ombro é fundamental. Se o movimento está incorreto isso pode gerar compressão (impacto) e dor.  

 

O fortalecimento muscular é outro componente que não pode faltar. Ele vai proporcionar tendões e músculos mais fortes e resistentes e dar estabilidade à articulação, favorecendo o movimento correto mesmo nos movimentos esportivos mais exigentes, protegendo contra o impacto. Deve ser feito de forma progressiva, de acordo com a fase de reabilitação e a dor do paciente.

 

Nas fases mais avançadas, especialmente em atletas, fortalecimento mais intenso, treinamento pliométrico, proprioceptivo e de retorno ao esporte são muito importantes.

 

 

 

Entre em contato e agende já sua sessão: (11) 9-6587-6510

 

 

 

 

 

 

Comentários   

#1 Bruno Cimatti 13-09-2018 12:46
Parabéns e muito obrigado pelos textos Cláudio. Abraços
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#2 Claudio Mesquita 17-09-2018 16:53
Oi Bruno!

Obrigado pelas gentis palavras.

Abraços,

Dr. Claudio Rubens
Fisioterapeuta
Crefito 3 - 45360-F

Citando Bruno Cimatti:
Parabéns e muito obrigado pelos textos Cláudio. Abraços
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