ficar sentado, por si só, não parece favorecer
o desenvolvimento de dores lombares
Mas, no final das contas, sentar causa ou favorece o desenvolvimento de dores lombares?
De acordo com a revisão sistemática de ROFFEY et al (2000) sentar, por si só, não favorece dores na coluna lombar. HARTVIGSEN ET al (2000) também não encontraram relação entre ficar sentado no trabalho e dores lombares, e BAKKER ET al (2009) também não encontraram ligação entre permanecer sentado e o desenvolvimento de dor.
De fato, ficar sentado não parece predispôr ao desenvolvimento de dores lombares, pelo menos não quando analisado em isolamento. O mesmo acontece com levantar ou carregar pesos (WAI ET al - 2010, WAI ET al – 2010b), atividades manuais ou auxílio de pacientes (ROFFEY ET al - 2010), torção ou inclinação (WAI ET al 2010c – evidência conflitante), posturas estranhas/desconfortáveis no trabalho (ROFFEY ET al – 2010b), caminhar ou ficar de pé por tempo prolongado BAKKER ET al -2009 (já citado) ou sedentarismo (CHEN ET al – 2009).
JANWANTANAKUL et al (2012), com exceção de dores lombares prévias, evidenciaram alguma relação entre o desenvolvimento de dores lombares quando há a combinação de fatores posturais e atividades desgastantes, sendo que SCHOLOSSMACHER & AMARAL (2012) relacionaram as atividades de transferência de pacientes com desenvolvimento de dores lombares em enfermeiras (as transferências podem envolver levantar, carregar, inclinar e torcer o tronco com cargas possivelmente elevadas). LIS ET al (2007) não encontraram relação entre o desenvolvimento de dor e o ficar sentado, mas sim entre a combinação de ficar sentado e vibração ou posturas estranhas/desconfortáveis.
As evidências indicam que o desenvolvimento de dores lombares se deve a múltiplos fatores e que sentar, por si, não predispõe alguém a isso. De fato, não só a combinação de comportamentos, como mencionado em alguns estudos citados, como a interação entre tais comportamentos e as características do indivíduo (fatores genéticos, tolerância às posturas ou esforços, endurance e força muscular, aspectos psicológicos, aspectos individuais em relação à dor, dentre outros) é que, em última instância, determinará ou não o desenvolvimento das dores. Aos poucos, as pesquisas científicas irão expor quais as combinações de fatores são mais importantes para isso.
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